- Laura Gris
O tradutor e a escrita
Então me perguntaram: qual a importância da escrita no papel do tradutor?

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Apesar de a ligação entre um e outro me ser tão natural quanto respirar, foi a primeira vez que parei para pensar sobre os motivos de tanta naturalidade.
O principal fator que me vem à mente é o próprio campo profissional. Traduzir é, a priori, escrever. Afora o ofício de intérprete, a profissão ou parte de ou entrega um texto.
Já a importância da escrita extrapola o profissional. Ela está associada à função do tradutor: fazer compreender um língua noutra, uma cultura, noutra. Para isso, é preciso mais do que escrever, é preciso dominar a escrita e tudo de subjetivo que o ato (e não só a ação) de escrever compreende.
Confesso que as sutilezas dessa linha de raciocínio demandam página e páginas de explicações e reflexões. Mas os deuses da analogia estão aí para ajudar.
E se a pergunta fosse: qual a importância do conduzir para um taxista? Ao mesmo tempo que sem saber dirigir ele não trabalha, de que adianta se ele não conhecer o mapa das ruas, o caminho mais rápido, o mais bonito, o que vai mais atender ao passageiro?
E, ao tradutor, a ação de escrever faz parte, mas a arte está em dominar o ato, a beleza da escrita.
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Esse texto faz parte da produção da disciplina Laboratório de Texto 2 (UnB - 1/2020)